quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

BOAS FESTAS

Aos meus caríssimos conterrâneos  da freguesia de S. Pedro de Penude (da Matancinha a Penude de Baixo) apresento votos de BOAS FESTAS 
nestes meus tímidos riscos:



Abraço a todos

FL

domingo, 25 de novembro de 2012

Á CASA DE MEU AVÔ





 «Aquela casa…tão calada num silêncio tão barulhento! Vestida tão simples, mas numa simplicidade tão quente! Aquela casa esconde vidas sem conta (só ficando ela para contar). Aquelas paredes escondem palavras sábias brandas, outras vezes fortes até ao grito. Ali passaram e passam gerações. Geração última que passa agora e em que vou, por onde minha infância correu, gastando a minha parte do chão daquela casa, nas correias com um bando de primos numa chilreada…
 Como será que seria esta casa antes da minha vez de a pisar? Não sei. Não sei nem me interessa. O que sei é o que mostra, até nas suas cicatrizes do tempo que passa, dá para ver outras coisas grandes e misteriosas que ela não diz…Vidas inteiras estão ali. Não apenas uma, mas muitas vidas. Infâncias e velhices se partilharam ali. Sempre calada, sem se importar. Até fazer questão! Uma caixa de segredos é, aquela casa.

Tão escura e velha ela está, aquela casa. Tirando Agostos, Natais e Páscoas ela é, agora, pouco mais que uma vida, e que vida, (a vida quase secular do meu avô e as boas vidas dos seus inúmeros gatos, cão, cabritos, cavalo e uns …ratos do campo! Quando era pequena, aquela enorme casa servia de tudo! De escritório, consultório, dentista, passerelle…Até dizem que o meu avô lá deu aulas de “apicultura” (é possível pois ele até colmeias tem, na quinta da casa!).
Conheço cada canto daquela casa como a palma da minha mão. Quartos pequenos como os grãos de areia e escuros, misteriosos. Rara é a vez de que me lembro de ver naqueles quartos a claridade do que o circula mas, se fechar os olhos mostram-me tantas histórias, algumas até encantadas! Atafulhados de caixas e livros, só pode ter a ver com gente que tudo aquilo usou. E em cada canto daqueles quartos, corredores e salas havia uma linda e longa teia, tecidas por horrendas artistas (meu grande filme de terror da minha infância). Tantas vezes gritei e chorei ao ver aquelas teias penduradas nas toscas pedras das paredes graníticas. Quietíssimas, silenciosas, silenciosas, indiferentes. Agora ainda lá estão e tento agora ser eu a indiferente…Tento! É verdade que continuo a não gostar de aranhas…mas também elas não nos fazem mal nenhum! Ok, são as minhas irmãs aranhas, como dizia S. Francisco de Assis. Como me diziam ‘Elas têm mais medo de ti do que tu delas!”

Mas aquela casa não é só isso, não. Fala dentro e fala fora. Ao espaço exterior chamamos-lhe quinta, a “quinta do avô". E é tão verde, tão viva (cheia de uma data de espécies de animais). Seu ar sempre fresco e suave, e doirado no tempo do verão. Por vezes parece o céu, pois está cheio de ovelhas. Tanto que me diverti naquele sítio. Tantos bonecos de neve foram lá feitos e equitação (não equitação verdadeira porque meu avô só tinha póneis e burros). É realmente um espaço fantástico. Gostava que visses. Divertir-te-ias imenso. Mas é um local que é bom de se visitar em silêncio e sozinho. No silêncio é que ouves as vozes do passado e sentes as brisas do passado. É realmente fantástico. Aquela casa, que agora quase é uma ruína, ainda sorri. Apesar do tempo e do seu estado, pode bem dizer que, viveu bem e grandiosamente.

  Tanta alma nesta casa, na casa do meu avô! Sinto uma nostalgia dos tempos em que nada importava (nem as horas, nem os livros, nem as matemáticas, nem do futuro): Tempos em que corria atrás dos sonhos, no pique da felicidade no cenário daquela casa.
Ainda tenho hoje, aquela casa toda. Aprendi quase tudo dela. Agora são apenas memórias de um passado distante que não voltará eu sei, mas que sabe bem relembrar no coração meu e demais familiares.

A casa de meu avô.

Rita Xerez Lamelas»

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TRIBUTO aos SEMINÁRIOS

TRIBUTO aos SEMINÁRIOS

No fim de semana, dias 22 e 23 de setembro decorreu em Lamego "um (re)encontro de  todos aqueles que um dia trilharam os caminhos seminários de Portugal" promovido pela UASP - União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses.
É bom e justo que a memória dos nossos fazedores de opinião abram todo o livro desta instituições de cultura privadas que tanta gente tirou do analfabetismo e marasmo cultura, substituindo-se muitas vezes ao quase nulo papel do Estado na formação dos jovens e adolescentes, particularmente na faixa interior do país. E são aos milhares esses jovens que por passaram e são, actualmente Homens com elevadas responsabilidades na vida do país: nas escolas, nas empresas, nos tribunais, no desporto, na política, na Igreja, etc…

É um tributo que orgulhosamente presto aos seminários que tanto jovem tirou do meio dos espinhos das suas terras, tantas vezes esquecidas e empedernidas no marasmo de um sistema político sectário, preconceituoso, em que parece que se tem medo de se falar, também e abertamente, sobre a abissal influência da Igreja católica na alfabetização dos portugueses. Se a republicanismo se interessou pala alfabetização da lusitana gente, parece que se esqueceu que havia lusos nos Montes Hermíneos e outros montes que fazem Portugal…Foi a Igreja Católica  que mais olhou para os planaltos e serras de dentro de Portugal e os levou à “cartilha”  da carteira da sala de aula.

domingo, 29 de julho de 2012

Faleceu mais um Franciscano de Penude



Ontem, dia 29, faleceu, na Enfermaria Provincial do Seminário da Luz, em Lisboa, o Frei César Pinto da Silva. Este franciscano simples e sempre simpático, nasceu em Penude, Lamego, a 1 de Maio de 926. Filho de José Pinto e de Francisca da Silva, tomou o hábito franciscano pela primeira vez em a 14 de Agosto de 1951 e fez a sua primeira profissão, depois de terminado o noviciado, no mesmo dia um ano depois. Em 8 de Novembro de 1956, tendo revelado boas qualidades humanas e virtudes cristãs que a Regra de Francisco de Assis requer, viu confirmado o seu desejo de abraçar definitivamente a forma de vida do Pobrezinho de Assis. A sua primeira casa foi Vilarinho, em Espanha, um convento que então pertencia à Província Franciscana Portuguesa. Aí viveu e trabalhou entre 1952-1954. Fez a sua preparação para professar solenemente na Ordem dos Frades menores no Seminário da Luz, Lisboa, onde residiu, para esse fim, entre 1954 e 1956. Depois de Professar solenemente no Convento de Varatojo, aí ficou a integrar a Comunidade local, até 1966. Seguiu depois para Leiria, onde viveu os anos 1964-1967. Voltou então a Vilarinho, onde passou três anos  (1967-1970). Passou depois, entre 1970-1974), a integrar a comunidade do Convento de Montariol (Braga), onde permanecerá entre 1974 e 1980. Os dois anos seguintes passou-os no Seminário da Luz (1980-1982), donde peregrinou, mais uma vez, para o convento de  Setúbal (1982-1985) e, depois para o Convento de Leiria. Viveu e trabalhou neste convento entre 1985 e 1999. As dificuldades de uma saúde que nunca foi grande mas que se vinha agravando obrigaram-no a recolher-se ao Convento da Luz e à Enfermaria deste mesmo Convento, onde veio a falecer. Homem bom e amigo, manteve sempre a candura e simplicidade que bebeu nas serras de Penude de Baixo. Foi um frade realmente “itinerante”: andou de convento em convento, para onde os Superiores o mandavam. Ocupou-se sempre dos serviços gerais e fraternos, como os de porteiro, despenseiro, cozinheiro, refeitoreiro, cerqueiro, sacristão etc. Agora que o Senhor o chamou para junto de si, pode descansar de todos esses trabalhos e das enfermidades de que tanto se ia queixando. Que o Senhor o tenha na sua paz e o recompense pela sua vida e trabalhos.

                                                                                               Frei Isidro Lamelas

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Caros amigos resistentes...

Há dias fui a Barroselas (Viana do Castelo), despedir-me ou dizer a-Deus a um velho e bom amigo. Enquanto rezava na igreja matriz local, olhando o céu onde imaginava já o meu querido amigo, interpôs-se o tecto da igreja. E não pude deixar de notar as surpreendentes semelhanças com o tecto da nossa igreja paroquial de Penude. O mesmo estilo, os mesmos temas e o mesmo traço. Com uma diferença: este está muito bem restaurado e conservado, enquanto o nosso continua a suplicar que alguém se lembre dele quanto antes. Seria uma grande perda para a nossa terra, já que é talvez a obra de arte que temos com maior valor. Mas fiquei, por outro lado, mais tranquilo: se o nosso bonito tecto se perder (Deus nos livre!), ficará pelo menos algo de muito semelhante para a posteridade. Teremos é que ir a Barroselas…

Já agora, alguém saberá explicar tais semelhanças? o mesmo artista? a mesma escola? fenómeno de contágio ou mesmo plágio?

Abraço

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Então pessoal! E com isto já estamos em Junho, nesta roda da vida que não pára... Pensando na minha terra, nestes idus, veio-me á memória a faina da "cegada" do pão e da "acarta" da "malha/ debulha", das cerejas gordas e vermelhudas, da passarada nas eiras, do fim de aulas, do sol de uma terra de "seis meses de inverno e outros seis de inferno"! Colhi e mostro-vos, a proposito uma foto de uns azulejos que captei numa casa apalaçada na cidade de viseu. Abraço e boas colheitas...das sementes que cada um semeou...apesar, e mesmo, com esta crise (não verdadeiramente de "pão" mas de coisa bem pior ("penso eu de que"...)! Filipe Lamelas

segunda-feira, 26 de março de 2012

Porque “vivemos dias maus”

S. AGOSTINHO, Sermão, 25,3:
3. Os nossos dias são maus? Mas não é verdade que vivemos dias maus, desde que fomos expulsos do paraíso? Os nossos antepassados lamentaram os seus dias e os avós deles lamentaram os seus dias. Não houve ninguém que ficasse contente com os dias em que viveu. Mas os dias, em que os antigos viveram, agradam aos que vêm depois. E aos antigos, por sua vez, agradavam‑lhes os dias que não experimentavam e era por não os terem experimentado que lhes agradavam. Na verdade, o tempo presente provoca uma sensação amargosa. Não quero dizer que essa sensação amargosa esteja mais próxima, mas o coração pressente‑a todos os dias. Todos os anos dizemos muitas vezes, quando sentimos frio: “Nunca houve um frio assim. Nunca houve um calor assim”. No entanto, Aquele que o faz, fê‑lo sempre. Mas feliz o homem a quem tu corriges, ó Senhor, para lhe suavizares os dias maus.



[1] Sl. 93, 12.
[2] Sl. 93, 13.
[3] Sl. 93, 12‑13.

S. Agostinho, por um homem de Penude


Introducao | 7
1. Agostinho, pastor de almas | 9
2. Os sermoes ao pvo | 15
3. O auditorio do pregador | 19
4. O pregador ao servico da Palavra | 29
5. Arte e pedagogia do pregador | 37
6. A alegria e o peso da pregacao | 45
7. A pregacao na vida da Igreja | 51
8. Teoria e pratica da oratoria sagrada | 55
9. O estilo do pregador | 67
10. Historia dos Sermoes agostinianos | 75
Antologia de excertos dos Sermoes | 85
Sermao, 25, 3: Porque “vivemos dias maus” | 87
Sermao 23, 18: Deus quis que tu fosses amante da paz| 87
Sermao 87, 10: Perigo da amizade dos poderosos | 88
Sermao 53/A 2-6: o perigo do dinheiro | 89
Sermao 86, 1-6: Onde esta o teu tesouro, ai estara teu coracao | 94
Sermao 53/A, 10: O pobre e teu mendigo,tu es mendigo de Deus | 97
Sermao 107 A, 5: O rico e o pobre encontramse no mesmo caminho | 97
Sermao 107 A, 8: O preco da propriedade celeste | 98
Sermao 25, 8: E preciso pensar nos pobres | 99
Sermao 50, 4-9: As riquezas sao de quem as usa rectamente | 100
Sermao 15/A, 5: As riquezas sao dons de Deus | 103
Sermao 60, 1-4: Nos momentos de crise, escutar o conselho de Cristo | 104
Sermao 61, 3-12: O duplo bem | 108
Sermao 20/A, 9: O Senhor quer a partilha, nao a pobreza | 113
Sermao 91, 7: Com fe e boas obras veremos Deus | 115
Sermao 41, 7: Como Cristo que sendo rico se fez pobre | 116
Sermao 9, 19-21: As tuas esmolas sejam como as de Zaqueu, nao como as do fariseu | 117
Sermao 85, 1-7: Se queres possuir bens e nao queres ser bom, a tua vida e contraria aos teus desejos | 121
Sermao 47, 30: Deus e de todos, porque todos lhe pertencem | 126
Sermao 8, 13: A heranca | 128
Sermao 77/A, 4: Deve temer-se mais o pecado que a morte | 129
Sermao 23/B, 1: Seremos divinizados | 131
Tabela informativa sobre os Sermoes | 133
Cronologia da vida e obra de Agostinho | 159
Bibliografia sobre os Sermoes | 171

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

E VIVA a NOSSA MÚSICA!

"Que maravilha !... Até tem cheiro ... a terra; fumeiro; palheiro do burro; curral das cabras; passarinhos; azeitona (e lagares de azeite); cozedura do pão e da broa ... Lembrem-se do rosmaninho e da flor de eucalipto. Enfim .. é demais ! É ou não é ?
Não deitem isto fora. Guardem bem guardado porque é uma verdadeira preciosidade.
Recordem ... deliciem-se e divirtam-se".

Cliquem nisto:

http://mtp.com.sapo.pt/index.html

Oiçam, para isto ser perfeito, só ca faltam:
-A Guitarra do meu tio Carlos P. Garnjo
_ A "rabeca " do Tio Adão
- O Violão do tio Manel Carolino,
-o acordeão do Luis do Passal e concertina do irmão Zé
- As teclas do tio Joaquim "Peneireiro"
- o Coro das missas festivas cantadas nobremente "pelos Homens" lá em cima do coro da nossa Igreja de Penude