quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Caminhar devagarinho para uma fonte.Filosofia e Espiritualidade: Concerto para 6 orgãos Basílica de Mafra


 

A diferença entre o Pai Natal e o Menino Jesus

 

Já que muito vai de moda

Comparar o desigual

Deixai que compara agora

Jesus e o Pai Natal

 

Jesus nasceu em Belém,

filho de Maria e José

O outro dizem que vem

Da Lapónia ou lá donde é.

 

Jesus quis nascer criança

Sendo o Filho de Deus,

o outro quis logo ser grande

com barbas brancas de Zeus.

 

Cada ano vem e vai

E chamam-lhe Pai-Natal

Mas nem é natal nem pai

Só Jesus é tal e qual.

 

Jesus apareceu na terra

Pequenino e despojado,

O outro está na berra,

bem vestido e engordado.

 

O das barbas vem fardado

E só diz: Ho, ho, ho hos

Só o Verbo Encarnado

Falou claro para nós.

 

Jesus é o homem divino

Que por todos se imola

e é nosso pão e vinho;

O outro é só coca-cola.

 

O Pai Natal é da lenda,

Jesus é Deus na história,

Que caminha em nossa senda

E nos aviva a memória.

 

O Verbo habita entre nós

E vem a nós pela fé

O outro vem em trenós

Entrando pela cheminé.

 

O velho do Pai Natal

Vem e vai anualmente

Jesus nasceu num curral

Pra ficar eternamente.

 

Jesus foi anunciado

Pelos antigos profetas

O outro é patrocinado

Pelas mais recentes petas.

 

O Pai Natal é suspeito,

pois só gosta das crianças;

Jesus não tem tal defeito:

Para todos é esperança.

 

Um dá presentes comprados

Na quadra que logo passa;

Jesus foi-nos ofertado

para sempre e de graça.

 

O Pai natal não se importa

com presépios e pastores;

Jesus a todos exorta

a ser no presépio atores.

 

O Pai natal vem carregado

De sacos e fardos de prendas;

Jesus alivia o fardo

das nossas vidas e sendas.

 

Natal só será, portanto,

se Jesus for celebrado;

E se o S. Nicolau for o Santo

 Também será festejado.

 

Isidro Lamelas

terça-feira, 30 de julho de 2013

NOSSA SENHORA DOS REMÈDIOS, a ROMARIA DE PORTUGAL que já foi" Obviamente de qualquer lamecense (também de Penude) ao passar pelo baconino mês de Setembro, para além do fim das “malhadas”, da “arranca”, dos primeiros “abais”, da embriagues das vindimas (do vinho fino e outros mostos menos generosos que as margens do nosso vizinho rio Douro oferenda aos homens da terra) lembrar-se-á, de certeza, dessa festividade que já foi “A ROMARIA DE PORTUGAL”, ou seja das festas de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira da cidade de Lamego. Com ela veio-me também à memória a palavra “ROMEIRO”, expressão que neste mês e nos tempos de criança tinha um sentido quase mágico. Lembro-me, como se fosse hoje, em que eu e meus irmãos (Carlos, Isidro, Fátima) andávamos por aquelas “lameiras” (Decavaleiro, Decanhardo, Cortes, S. Silvestre, Morqueijo, Tapada, Lameira Solta) e serras (Meadas) com o gado a pastar (vacas, burra, cabras, etc) e víamos pelos caminhos ancestrais (térreos ou graníticos, que lavravam celticamente aquelas terras “do demos” mas também de um Deus que nos ensinaram e piamente acreditávamos e metodicamente ainda acredito, “mutais mutandis”…) fileiras intermináveis de ROMEIROS se movimentando serranias abaixo que nem o enorme terço de minha mãe desfiado ordeira e piamente rumo à “salva rainha, mãe de misericórdia” e ao “abença pai abença mãe”! Que criatura felizes eram estes PEREGRINOS de Nossa Senhora dos Remédios! A pé ou a cavalo nas suas mulas, éguas, burras ou a pé, uns ante outros, como eu os estou a ver, descendo, descendo até desaguarem pelo largo da feira em Lamego. Traziam consigo sonhos, agradecimentos (pela “nobidade” que foi melhor de nos demais anos, promessas (de uma “maleita” curada ao rapazeco ou à patroa (ou aos gadinhos, que ali também eram gente…). Para além da cura da alma estes ROMEIROS de Nossa Senhora dos Remédios que passavam por todos os caminhos (hoje de silvas, mato e outro entulho) do vale da freguesia de Penude, traziam os alforges dos cavalos, mulas e burrecas, repletos de manjares tão bons, tão deliciosos, tão paradisíacos que não há metáforas que os comparem ao quer que seja! Ok, não encontrando melhor expressão, direi então, que eram di-vi-nais ! Ainda eles vinha descendo por aquelas veredas que entaipavam as nossas “lameiras” e, já a umas centenas de metros sentíamos o cheiro a bola de bacalhau, a salpicão da língua, a presunto, a moira, a postas de bacalhau no ovo ou farinha frita. Para já não falar dos garrafões de vinho dependurados ou em “pipitos de beber”. E nem imaginam, caros leitores, como estas “pingas” vindas lá das serras desta gente deviam ser “daqui” (de trás da orelha!!!). Sim porque estes nossos ROMEIROS vinham quase sempre a cantar por ali abaixo, quase não sentindo a dor dos pés naquela caminhada agreste de caminhos acidentados. Cantavam cações religiosas e profanas, numa mistura a que o tal deus Baco não era nada indiferente… Estas vozes de homens e mulheres (raramente se via uma criança…um dia havia de chegar a sua vez, ao contrário de hoje que querem e lhes damos tudo, como “não houvesse um tempo”) eram acompanhadas por uma ou outra concertina e muitos “realejos” bailando naqueles beiços que nem moça serrana em primeiro coito nupcial (que, como sabem, também já não existem…). Cantavam “Ó Manel da rola tens as calças rotas, tens os olhos tortos as pernas marotas”; “Óh oliveira da serra”; e também cantigas bentas. Por onde passavam estes bons ROMEIROS procuravam, de quando em vez, ter gestos de “bons cristãos” e então ora davam um pedaço de bola a um pedinte, a uma criança que apascentava o gado por aqueles campos (na altura não existia trabalho infantil…). Tanto assim era que, numa ocasião em que eu e meus irmãos Carlos Manuel e Isidro “andávamos com as vacas” numas terras que o nosso pai tinha em S. Silvestre, lembramo-nos de irmos “pedir uma esmola” aos ROMEIROS que peregrinavam por ali rumo à Senhora dos Remédios. Então pegamos nas roupas mais velhas que os 3 tínhamos vestidas para o Carlos vestir, assim dando a ideia de pobrezinho! Assim vestido da pior roupita dos 3, o coitado do moço lá se foi aproximando do caminho onde eles não tardariam a passar (ficando nós, eu e Isidro) escondidos cá em cima atrás de uns amieiros, instruindo o Carlos a dizer “Dê-me um esmoalhau)molinha que sou pobrezinho"...E elas davam! E eles davam! Bola (de bacalhau), salpicões, chouriças, biscoito, presunto e broa....E lá iam eles por ali abaicho, caminhos e carreiros entaipados por pedras deformadas e graníticas (eternas!). desciam serra abaixo planalto de Penude fora, desaguando na lendária cidade de Lamego, recebidos maternalmente entre seios das Senhora dos Remédios, por onde andavam noite e dia numa festança baconina (por entre promessas feitas à senhora pelas maleitas desaparecidas, amores reencontrados, etc). A esses bons romeiros que por mim passaram...vais este meu "rosário de recordações" Filipe Pereira Lamelas a AGOSTO/2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Hoje apetece-me muito, saudar calorosamente o GRANDE PATRIARCA DE LISBOA que a sapiência do franciscano de ROMA nomeou: D. MANUEL CLEMENTE! Foi meu professor de "História do Pensamento Português" na UCP de Lisboa em 1982 (se não me engano). Há homens que deixam logo marcas! Logo na altura me pareceu que aquele seu espírito estava bem aberto à verdade (que nunca estava só num canto desta casa unive...rsal, mas nos 4 cantos, dizia). Garanto-vos que foi dos melhores eventos que ocorreu no nosso país. Roma e Lisboa estão pois bem entregues. Ambas têm os espíritos superiormente iluminados, assim os deixem agir em conformidade com o seu pensamento... Assim os deixem, porque querer não é só poder! É que por vezes há "poderes" que a razão não entende, mesmo que iluminada pela fé!...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Deixo-vos aqui um interessante video criado com a orientação do nosso conterrâneo Pe. Leonel Claro (mais um homem da nossa terra de que escolheu como lema de vida a entrega ao bem comum, na forma evangélica ).
 Vejam pois:


https://dl.dropboxusercontent.com/u/16677417/Vocations%20Crisis%20%20%20Goodness%20Reigns%202013.flv

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O Grupo de jovens é formado por elementos...
G Jovens de Penude22 de Maio de 2013 15:23
O Grupo de jovens é formado por elementos entre os 15 aos 40 anos (mais ou menos). Existe desde 2000. Objetivos: Incentivar os jovens a participar em actividades relacionadas com a religião cristã e acima de tudo, ajudar a comunidade de Penude em vários ramos. Não esqueçendo o divertimento e o convivio que nos proporciona. Estarmos juntos/unidos como irmãos... Somos um todo, somos Um. Abraço.

É uma informação que me foi amavelmente fornecida por um elemento deste grupo. Que bom que estes nossos jovens partilhassem também as suas experiencias aqui no sítio de todas as pessoas de penude e amigos ou curiosos. deixo o repto à juventide!
Valeu? Força aí!
;) abraço.

FL

quinta-feira, 28 de março de 2013


Serafim Ferreira da Silva, bandeirante da paz e bem
Tive conhecimento pelo jornal “Missões Franciscanas, uma publicação da União Missionária Franciscana (OFM), no seu N.º 791/01/2013, do falecimento de Frei Serafim Ferreira da Silva, sendo que, na sua nota biográfica consta que (…) “regressado a definitivamente a Portugal em 1968, o bichinho missionário continuava a roer-lhe lá por dentro, sendo diretor deste mensário e depois Vice-Procurador da UMF, cargo que exerceu durante largos anos. Foi nesta qualidade que assumiu o trabalho de animação missionária, pela palavra e pelos meios audiovisuais, a partir de 1971 e durante mais de 30 anos.” (…). È precisamente por causa desta faceta deste “bandeirante” da UFM (pela palavra e pelos meios audiovisuais, a partir de 1971 e durante mais de 30 anos) que este meu texto pode acontecer.
Com efeito estaríamos, se a memória não me engana, no ano de 1972/1973, andava este franciscano (acompanhado do seu colega o Frei Vieira, ainda bem vivo e que o Altíssimo o guarde assim, lá pelo Largo da Luz, cuidando, agora da horta e jardins que nem os melhores mestres dos jardins da Babilónia ou Versailles) sempre numa carrinha 404 de cor creme (apinhada de livros, agendas, patelas, maquinas de slides e de filmar, resmas de fios eléctricos e sei lá que mais!) correndo as quatro aragens desta terra lusa, desbravando a selva da interioridade beirã que nem bandeirante procurando o ouro da boa vontade pregando-lhes Francisco, da “paz e do bem” a quem Cristo abraçou, do cima da cruz.

Foi nesta “preguera”, domingo à tarde, lá pelo verão desses tempos idos que esta caravana de paz e do bem, trepou a Penude, portas de Lamego acima, tudo desmontando metodicamente no átrio da igreja (S. Pedro de Penude) enquanto, em sua volta, miúdos atentos, olhinhos precisos naquele desmontar de fios e pagelas santas, livrinhos e gestos em terra serrana em que nada havia ou acontecia…Era num Domingo, dia santo de guarda, da parte da tarde, no salão da Igreja, pequeno e escuro, agaiatada á pinha todos ali juntos (uns da catequese, outros da “cruzada”, do “grupo de jovens”, ou da “acção católica) a vermos o frade (Serafim da Silva) de máquina em riste quase quase pronta a rodar a vida do Santo de Assis a quem Cristo abraçou, do alto da cruz.

Quantos daqueles pequenos não estariam a ver, pela primeira vez um filme na tela (mesmo que improvisada, e muito riscada e interrompida e a preto e branco)! Devo a este homem (bandeirante firme, daquela mensagem, trazida de Assis) os primeiros passos do gosto que tenho pelo cinema e, obviamente, da busca de Deus através da fraternidade humana no jeito de Assis.

Comovidamente quero, assim, recordar e homenagear este homem que, para além da mensagem de paz e bem, levou rudimentos da arte suprema da tela a tantas paragens do Portugal profundo, onde o poder político apenas chegava para colher a maquia tributária dos bolsos já praticamente vazios de um povo massacrado pela ignorância (a maior de todas as fomes que um homem pode ter!)e lá continua, quase como dantes, talvez mais vazio de gente e destino...

Obrigado Serafim Ferreira da Silva


Filipe Lamelas